O compensado é um dos materiais mais versáteis e utilizados em diversos setores, desde a construção civil até a fabricação de móveis e embalagens. Sua resistência, leveza e facilidade de corte e montagem o tornaram uma escolha popular ao longo das décadas. Mas sua história é muito mais antiga do que se imagina.
A ideia de sobrepor lâminas de madeira para criar um material mais resistente existe há milhares de anos. Os primeiros registros de técnicas similares ao compensado remontam ao Egito Antigo, por volta de 3.000 a.C., onde artesãos colavam finas camadas de madeira sobre bases menos nobres para fabricar móveis e embarcações. Durante o Império Romano, o uso desse método continuou, especialmente na produção de móveis luxuosos.
No entanto, o compensado como conhecemos hoje começou a ser desenvolvido apenas a partir do século XVIII, com os avanços da Revolução Industrial. A grande virada veio no início do século XX, quando novos processos industriais e adesivos sintéticos tornaram sua produção mais eficiente e acessível.
No Brasil, a história do compensado está diretamente ligada ao crescimento da indústria madeireira e à necessidade de alternativas sustentáveis à madeira maciça. Hoje, o país é um dos maiores produtores e exportadores mundiais de compensado, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, onde se concentram grandes indústrias do setor.
As origens do compensado
A ideia de colar camadas finas de madeira para aumentar sua resistência não é nova. Registros históricos indicam que os egípcios já utilizavam uma técnica rudimentar de laminação de madeira há mais de 3.000 anos. Eles colavam folhas finas de madeira sobre materiais menos nobres para criar peças mais resistentes e visualmente atraentes.
No entanto, foi apenas no século XVIII que surgiram os primeiros métodos industriais para a produção de folhas de madeira finas. Em 1797, o britânico Samuel Bentham patenteou um processo de laminação que previa o uso de múltiplas camadas de madeira coladas entre si. Esse conceito foi aprimorado ao longo do século XIX, e o compensado como conhecemos hoje começou a tomar forma.
O surgimento do compensado moderno
A Revolução Industrial foi um marco crucial para a produção do compensado. Em 1865, os Estados Unidos registraram a primeira patente para um processo de fabricação de compensado de três camadas, usando cola para unir as lâminas de madeira com as fibras cruzadas em ângulos de 90 graus. Essa técnica aumentava consideravelmente a resistência do material e reduzia sua deformação com as variações de temperatura e umidade.
A grande virada veio no início do século XX, quando novos adesivos sintéticos começaram a ser utilizados, tornando o compensado ainda mais durável. Em 1905, a Feira Mundial de Portland apresentou um painel de compensado, marcando sua entrada no mercado como um material industrializado. A partir da década de 1920, o material começou a ser produzido em larga escala nos Estados Unidos e na Europa.
A chegada do compensado ao Brasil
No Brasil, o uso do compensado começou a ganhar força nas primeiras décadas do século XX, principalmente devido à influência estrangeira e ao crescimento da indústria da construção civil. Inicialmente, o país importava compensado da Europa e dos Estados Unidos, o que tornava o material caro e pouco acessível.
Foi apenas na década de 1940 que as primeiras fábricas de compensado começaram a surgir no Brasil, impulsionadas pelo avanço industrial e pela necessidade de substituir a madeira maciça em diversas aplicações. O aumento da produção nacional reduziu os custos e possibilitou a disseminação do compensado no mercado interno.
A popularização do compensado no Brasil
A partir dos anos 1950 e 1960, o compensado se tornou um material essencial na construção civil e na fabricação de móveis. A expansão das indústrias de marcenaria e arquitetura modernista ajudou a consolidar sua presença no mercado brasileiro.
Durante o período de urbanização acelerada nas décadas de 1970 e 1980, o uso se intensificou ainda mais, principalmente devido ao seu custo-benefício e à facilidade de manuseio. A indústria moveleira passou a utilizá-lo amplamente para substituir a madeira maciça, reduzindo custos e otimizando processos produtivos.
Nos anos 2000, com avanços tecnológicos na fabricação de painéis e adesivos, o compensado brasileiro se tornou ainda mais resistente e sustentável, competindo diretamente com outros materiais, como MDF e MDP. Hoje, o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de compensado, exportando para diversos países.
A história dele é um exemplo fascinante de como a inovação e a adaptação às necessidades do mercado moldaram um material essencial para a construção e a marcenaria. Desde suas origens no Egito Antigo até sua popularização no Brasil, passou por diversas transformações que o tornaram indispensável em nosso dia a dia.
Com a crescente preocupação com a sustentabilidade, a indústria brasileira de compensado continua evoluindo, buscando novas tecnologias e certificações ambientais para garantir um futuro mais responsável e eficiente para esse material tão versátil.
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